sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CAPELA DO SENHOR DOS PASSOS OU IGREJA DE PEDRA



Construção dos jesuítas, datada do século XVIII (1739), a Capela do Senhor dos Passos é conhecida como Igreja de Pedras. Construída, em frente ao rio Guajará-mirim, para atender aos fiéis que estavam povoando o outro extremo da cidade, incluindo o bairro do Arapiranga, pois desejavam deixar a Igreja Madre de Deus para o atendimento do Colégio da Mãe de Deus.
A história da Vigia de Nazaré, em parte, está circunscrita à ação religiosa dos jesuítas. Como representantes da Ordem na colônia portuguesa, os padres capitaneando as populações indígenas, foram desbravando a floresta e penetrando nos mais recônditos lugares, imbuídos do fiel propósito de converter almas e espalhar a fé cristã entre os habitantes do Novo Mundo.
Com a expulsão dos jesuítas de Portugal e das províncias do Brasil, em 1759, por ordem do Marquês de Pombal, a construção da capela ficou inacabada.
A técnica construtiva é pedra com agregado de uma mistura de massa de argila crua e cal que era obtida de materiais tirados dos sambaquis, ou depósitos pré-históricos de conchas, comuns no litoral brasileiro.
É também denominada de Igreja do Bom Jesus, porque o templo guarda a imagem do Bom Jesus, venerada pelos frades Carmelitas, que se instalaram na Vigia em 1734.

Igreja da Madre de Deus


       Em 28 de fevereiro de 1733, o padre provincial da Companhia de Jesus, José Lopes, superior do Colégio da Mãe de Deus, com despacho do Senado da Câmara da Vila da Vigia de Nazaré, iniciou a edificação da Igreja da Madre de Deus.
       A expansão e ocupação territorial implementada por Portugal, em parceria com a Companhia de Jesus e as formas de representação do catolicismo popular incorporado ao culto à Virgem de Nazaré, ligam a Madre de Deus com a História da Humanidade.
       O templo construído em estilo barroco, com elevados campanários, com varandas sustentadas por colunas, salões, sacristia adornada de painéis com rico altar e retábulos dourados, perpetuaria a memória da Companhia de Jesus na Vigia de Nazaré.
       A Igreja da Mãe de Deus, dedicada a Nossa Senhora de Nazaré, é a única no norte do Brasil, munida de 22 colunas laterais de origem toscana.

      O templo apresenta alvenaria de pedra, estrutura do telhado em madeira de lei, cobertura com telha de barro, frontispício formado por um corpo central e duas torres com campanários compostos por três janelões sineiros de arco de meio ponto, encimadas por cornijas em que se destacam elementos decorativos. 
      O corpo central é marcado pelo frontão que é composto de volutas simétricas.
       É considerada Patrimônio da Cultura Nacional, tendo sido tombada com a denominação  de Igreja de Nossa Senhora da Madre de Deus, em 14 de dezembro de 1954, inscrita no Livro de Belas Artes, folha 80, número 424.

Mercado de peixe


Antigamente, em função da técnica utilizada para a conservação do pescado que era comercializado no município, existia o velho mercado de peixe, conhecido pela população como a Salgadeira, na esquina da Boulevard melo Palheta com a travessa Vilhena Alves.
O constante crescimento da atividade pesqueira transformou o velho mercado de peixe num lugar antiquado para o povo vigiense.
Impróprio para as atividades pesqueiras e com instalações precárias, fatos que inspiraram o prefeito Manoel de Souza Leal a iniciar a construção de um logradouro mais adequado para a comercialização do pescado na Vigia de Nazaré.
No período compreendido entre os anos de 1943 e 1945, na administração de Jorge Corrêa, com o apoio do interventor do Pará , Joaquim de Magalhães Cardoso Barata e com acompanhamento do engenheiro vigiense Jonas Brito, foi construído o novo Mercado Municipal, mais tarde conhecido como Mercado de Peixe.

A escolha do local tinha a intenção de modificar e sanear a frente da cidade, na época, ocupada pelos quintais das casas que deveria ter suas edificações com portas e janelas voltadas para o rio Guajará – Mirim. O prédio possui implantação, obedecendo ao alinhamento da via pública, técnica construtiva em alvenaria de tijolo, vãos com vergas retas e cobertura com telha de barro tipo francesa.

Trem de guerra

        No início do século XX existia na Vigia, um casarão que era  moradia  e  local de trabalho do Juiz de Paz do município, João de Sousa Ataíde, e armazenava as armas e munições da Guarda Municipal da Vigia. Este foi denominado Trem de Guerra.
       No período da Cabanagem, quando o movimento se espalhou pelo interior do Estado do Pará, a então Vila de Vigia, foi invadida pelos revoltosos em 1835.
       Durante o primeiro assalto à Vila da Vigia, os cabanos dominaram o Paço Municipal, onde funcionava o Senado da Câmara, obrigando as autoridades legalistas vigienses a se refugiarem-se no Trem de Guerra, também conhecido como Casa-Quartel. Esse prédio foi onde o movimento cabano operou o mais violento e sangrento episódio da Cabanagem  na Vila da Vigia, quando foram assassinados todos os moradores e os militares vigienses que se encontravam aquartelados no Trem de Guerra.
       Construído em taipa e cobertura em telha de barro, o prédio, com acesso pela rua de Nazaré e pela rua Visconde de Souza Franco, atual Rua Noêmia Belém,  pertenceu anteriormente a Inocêncio Holanda. Mais tarde foi vendido a Jerônimo Magno Monteiro que o desmembrou em duas edificações. A parte localizada à rua de Nazaré foi vendida à Prefeitura. Na década de 90, do século XX, em razão do alto grau de deterioração, foi totalmente demolido e reconstruído com materiais contemporâneos, em alvenaria e tijolo, mantendo, parcialmente, as características arquitetônicas externas originais do Antigo Trem de Guerra.

Adesão de Vigia a Independência do Brasil




           
           Adesão de Vigia a Independência do Brasil se deu no dia 31 de agosto de 1823 e foi muito festejada pelos moradores desta vila. Essa decisão foi tomada na “casa da câmara”.
            Naquele momento o senado da câmara tinha como presidente o Vigiense Francisco Xavier Cardoso.
            No dia 22 de agosto de 1823 chegou a esta vila vindo da capital o procurador da Câmara, trazendo ordem paraA que nesta vila se celebrassem a Adesão a Independência do Brasil.
No dia 24 de agosto saiu o cortejo que anunciava ao público a Adesão de Vigia a Independência que seria celebrada no dia 31 de agosto do mesmo ano, pedindo que as pessoas iluminassem as janelas e portas de suas casas, pedindo que prontamente atendido. 
(Jornal “O cinco de Agosto - 31- 08-1938)
Museu Municipal em 28/08/2008 – arquivo.


A geografia do Município e Hidrografia do Municipio






A geografia do Município

            O Município de Vigia de Nazaré pertence à mesoregião nordeste paraense e a microrregião do salgado. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas 00º51’12’’de latitude Sul e 48º08’41’’ Longitude Oeste de Greenwich.

            O nosso Município faz limites:

            Ao Norte: Oceano Atlântico e o Município de são Caetano de Odivelas;
            A Leste: O Município de São Caetano de Odivelas e Castanhal.
            Ao Sul: O Município de Santa Antonio do Tauá.
            A Oeste: O Município de Colares e a Baia do Marajó.

            Os principais bairros do nosso município são: Bairro Centro; Bairro do Arapiranga; Bairro do Sol Nascente; Bairro da Castanheira; Bairro da Vila Nova; bairro do Novo horizonte; Bairro Tujal.

Hidrografia do Município:

            Destaca-se na hidrografia do Município o furo da Laura, braço do rio que faz limite a Oeste com o Município de Colares. Para esse furo convergem vários rios e igarapés do Município, a saber: O Rio Bituba ou Patauateua, que serve de limite com o nosso Município de Santo Antonio do Tauá; O Rio Baiacu, ao Sul: O Rio Guarimã e seus afluentes, entre os quais o Rio Santa Maria (margem esquerda) e o Rio Curuçazinho (Margem direita). Desaguando no Atlântico há o Rio Barreta, que serve de limite nordeste com o Município de São Caetano de Odivelas. Há também um pequeno braço Esquerdo de Marapanim, a sudeste, sem muita expressão hídrica, que serve de limite com o Municipio de Castanhal. O rio Santa Rosa esta localizado na vila de mesmo nome e serve de balneário a atração turística para o nosso Municipio.
            Drenando a sede do Municipio temos os rios: O rio Açaí, que separa a sede do Municipio (Bairro do Arapiranga) da vila de Itapuá; o Rio Tujal que banha vários bairros da cidade (tujal, Novo Horizonte, Vila Nova, castanheira e centro); O rio da Rocinha que nasce no bairro da Vila Nova, separando o centro da cidade do Bairro do Arapiranga. Hoje, este ultimo encontra-se bastante degradado, dividido a ação antropica; e o Rio Guajará mirim.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VIGIA DE NAZARÉ

Segundo o Poeta e escritor  José Ildone, o nome primitivo da Vigia de Nazaré foi Uruitá (cesto de pedra), aldeia dos índios tupinambás, que habitavam o lugar.
Este foi descoberto, primeiro, em 1613, pelo francês Daniel de La Touche, que pretendia expandir a dominação francesa do Maranhão ao Pará.
A fundação de Vigia de Nazaré ocorreu em 06 de janeiro de 1616 (data estabelecida pelo historiador José Ildone), por Francisco Caldeira Castelo Branco, seis dias antes da fundação de Belém.
De acordo com o historiador vigiense Domingos Antônio Raiol, o “BARÃO DE GUAJARÁ”, (nascido em 30 de 03 de 1830), em sua obra “Motins Políticos”, o governo colonial estabeleceu na Vigia um posto militar de proteção à navegação, ameaçada por índios e piratas, e para prevenir contrabando. As embarcações entre Maranhão e Pará eram registradas neste posto, às margens do Rio Guajará-Miri. Ali havia sempre uma sentinela –um vigia- de prontidão, o que, o que originou o atual nome do Município.
A aldeia foi colonizada por Jorge Gomes d’Alemó, que fundou o povoado, já em 1693 elevando a vila intitulada “Vila de Nossa Senhora de Nazaré da Vigia”.
Ao português Jorge Gomes d’Alemó, deve-se a introdução do culto nazareno na Vigia, antes da chegada dos Jesuítas, segundo pesquisa de José Ildone